VIOLÊNCIA CONTRA A SAÚDE DAS MULHERES NEGRAS: ACASO OU PRÁTICA SOCIAL?

Alba Jean Batista Viana, Eduardo Sérgio Soares Sousa, Mércia Gomes Oliveira de Carvalho, Ana Carolina Gondim de A. de Oliveira, Luciana Mangueira Vaz

Resumo


O presente estudo teve como objetivo analisar o acesso e as práticas de saúde prestadas às mulheres em situação de violência sexual em um serviço público de referência na Paraíba. Trata-se de um estudo documental, descritivo, com abordagem quantitativa. A amostra foi obtida a partir de 46 protocolos de atendimentos, com informações que caracterizassem o perfil sócio-demográfico, a violência e a assistência prestada às mulheres. Considerando os resultados analisados, as vítimas da violência sexual foram às mulheres negras (72%), jovens, entre 10 - 20 anos (54%). O estupro foi o tipo de violência mais empregado (96%) e os agressores foram do sexo masculino (100%). Apenas 50% destas mulheres recorreram ao serviço de referência antes de 72 horas, após a ocorrência da violência. Com este atraso, só metade delas (50%) pode receber a prescrição de anticoncepção de emergência. Por outro lado, os exames para diagnosticar DST/AIDS e hepatite B (63%) e para sífilis / VDRL - (4%) não foram solicitados de forma sistemática para todas. Estes aspectos repercutem no acesso e na utilização dos serviços. Na verdade, estes dados revelam as fragilidades da assistência e apontam para questões étnico-raciais, desde que as vítimas de violência sexual foram, marcadamente, as mulheres negras.

Palavras-chave


Violência sexual; Violência contra a mulher; Atenção à saúde

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TEMA - Revista Eletrônica de Ciências

 

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